Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angustias sonhadas mais reais
Que as  que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imagina-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo."

(Alberto Caeiro)


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